quinta-feira, 20 de agosto de 2015

A banalização dos sentimentos

"Eu te amo não é bom dia" é uma das frases mais antigas que roda na internet. Desde os tempos do orkut era uma comunidade famosa, quase todos meus amigos estavam nela - eu, inclusive. Só que essa frase representa mais do que a facilidade em se apaixonar: ela diz respeito à banalização dos sentimentos. E o mais preocupante nisso é que a cada dia a gente se acostuma com coisas que não deveríamos nos acostumar.

Diariamente as notícias no jornal são trágicas e revoltantes, e depois de um tempo nos acostumamos à elas de modo que nem esboçamos reação quando uma tragédia horrível acontece. O problema disso é que, ao passar do tempo, vamos perdendo a sensibilidade e ficamos cada vez mais céticos e frios, e vivemos em uma sociedade que essas características contribuem para um distanciamento nada saudável - físico e emocional - entre as pessoas que estão ao nosso redor.

E o que devia ser a principal reação ao vermos uma notícia chocante - a empatia e a solidariedade - são substituídos por sentimentos de frieza e distanciamento. Não podemos deixar isso acontecer. Do mesmo modo que o amor não é banal, as tragédias também não podem ser.
Com certeza é muito mais fácil reagir com frieza diante de uma tragédia que não envolve você ou seus parentes. É até um modo de nos protegermos desse mundão cada vez mais assustador.

Pode parecer utópico, mas o que muda o mundo é a indignação. É a voz. O silêncio não leva à lugar nenhum, não muda nada. Não precisa nem sair às ruas e gritar, em alto e bom tom, a revolta. Só é necessário não se acostumar, é preciso se indignar, levar a notícia pra frente, comentar com seus amigos e parentes. Oferecer uma palavra amiga pra quem está envolvida na tragédia, apenas para que ela saiba que não está sozinha.

Nessa luta entre as atrocidades do mundo e os sentimentos humanos, não podemos deixar que aquela vença por W.O.

Paula Toledo 

Porque o amor faz coisas que só ele pode.

      Eu costumo dizer que o amor é um caminho. Eu tomei esse caminho numa manhã de domingo. Engoli em seco e pedi desculpas por cada tr...