segunda-feira, 28 de abril de 2014

Ódio ou Poesia.


É mais um dia frio com moletom, e curiosamente ele ainda tem seu cheiro, por mais que passe pela batida da água com sabão, ele insiste, acho que é meio como meu coração, tem um resto de você que não me deixa. Pensando bem, o que eu não deveria fazer, porque a cada vez que penso bem insisto em pensar demais e o bem acaba saindo mal, com os pensamentos dando reviravoltas em maluquices que minha mente insiste tão persistentemente em criar. Pensando bem, eu não sei qual foi o cavalheirismo da sua parte em me dar o seu moletom que cabem uns 3 braços meus pra me aquecer, as vezes foi pra me torturar, sei lá, você não é disso, pelo menos eu não me lembro.
 E tudo vago, será que eu era mesmo feliz? Será mesmo que as tardes eram agradáveis, as conversas eram produtivas, será que tinha amor? Minha mente vaga em um poço passado que não faz muito sentido, linhas arrebentadas, memórias espaçadas, aquele seu abraço não é tão bom quanto eu me lembrava, eu fui mesmo acarinhada? As risadas perderam aquele sabor de morango que tinha em tudo, desde o cheiro do perfume que você me deu até os lábios que se tocavam, pensando bem, aquele cheiro me enjoava. 
Vem tudo numa onda fria como o tempo, meio escuro, meio nublado, mas seu cheiro permanece aqui, continua me esquentando, e por alguma coincidência o meu coração também esquenta. Tudo fica morno, é como a física, a química ou até mesmo a geografia, um toca no outro e a coisa não esquenta e nem esfria, fica tudo na mesma, na mesma sintonia, com a mesma nota, vem devagar, vem lentamente e se esvai, e nessa monotonia a vida vai passando, ela passou pra nós e tudo que restou foram os nos com as perguntas intermináveis que eu prefiro que não tenham respostas, eu sou assim, no meio termo sabe?
 Sempre em cima do muro, acho que fui morna demais, ou foi você? sigo sem respostas, sem direção, sem perguntas, sigo com a brisa fria de que seu calor me protege, sigo morna.


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