Eu costumo dizer que o amor é um caminho. Eu tomei esse caminho numa manhã de domingo. Engoli em seco e pedi desculpas por cada tropeço. Me revirei em busca de alguma lembrança do tempo em que meu coração era lar. Porque naquele momento, era estação. E ninguém nunca ficava por muito tempo. Eu encontrei o amor quando dei as costas pra tudo o que influenciava a minha mente a auto-destruição. Quando um velho e bom amigo me sugeriu um destino melhor; um lugar mais belo e mais seguro. Onde eu não me sentia parte de alguma coisa que estava fora do lugar. Onde pela primeira vez e finalmente, me senti confortável o suficiente pra mostrar as minhas feridas e me permiti ser curada. Hoje, carrego apenas cicatrizes e uma saudade grande da sensação de estar sendo fortemente abraçada por alguém que vez ou outra acariciava meus cabelos. Eu poderia parar o tempo ali e seria imensamente feliz por toda a vida. O amor faz coisas que só ele pode. E qualquer coisa que seja feita de amor, é estrondosamente diferente e melhor do que aquilo que ainda não o conhece. E é raro, muito raro. Porque amar, amar de verdade exige esforço. Uma entrega sincera. Vários “nãos”pro orgulho. Renúncias dolorosas pro ego. Um coração que é lar. Que acolhe e não cobra estadia. Capaz de perdoar, livre de mágoa e rancor. Completamente diferente do que se vê por aí, em relações efêmeras e barganhadas. Uma troca de interesses, coisas mal resolvidas pelo caminho, defraudação emocional. Existem milhares de opções pra nos distrairmos a disposição, mas ainda existi um buraco. Porque o amor faz coisas que só ele pode. Às vezes é a ferida e às vezes a cura. E pode ser os dois num contexto só. Ele une perfeitamente todas as coisas. Sela e dá sentido; lança fora o medo; colori a vida. E faz risonha todas as estações. É a porta da felicidade. Compreendê-lo e correspondê-lo é a coisa mais importante que qualquer um pode fazer. É a maior dádiva da vida.
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