domingo, 21 de junho de 2015

Você me faz feliz.




Dia desses, no meio de uma daquelas conversas sobre relacionamentos, uma amiga perguntou quantas vezes eu já havia dito eu te amo pra alguém na vida. Pensei por alguns instantes, voltando no tempo de colégio e lembrando das paixões platônicas e também da época em que eu passava horas na internet conversando com garotos legais que moravam em outros estados (por que eles sempre moram tão longe?), e acabei respondendo sem medo: muitas. Antes que ela pudesse me julgar e dizer qualquer coisa, acrescentei: mas confesso, digo cada vez menos. O motivo? Eu explico.
Quando a gente tá conhecendo os efeitos da paixão no nosso corpo, tudo é muito novo e intenso. E isso não quer dizer que o sentimento não é real, viu? Todo mundo passa por essa fase em algum momento da vida. Com o tempo e as experiências adquiridas durante os relacionamentos que não deram certo, vamos aprendendo algumas coisinhas que acabam nos ensinando o que é amar, o que é gostar e o que é simplesmente curtir o momento ao lado de alguém legal.
Sou do time que acredita que não vale a pena ficar colocando rótulos e criando expectativas antes de hora. Acho que quando os dois estão curtindo estar no relacionamento, transformar o “eu te amo” em motivo de briga ou insegurança é besteira. É sim muito importante que o casal converse sobre o que sente e sobre o que espera do namoro, mas cobrar essas três palavrinhas é implorar por algo que não depende só do outro. Afinal de contas, ninguém controla o que sente ou deixa de sentir. 
Sei que na maioria dos filmes, livros e séries, quando dizem o “eu te amo”, é sinal de que os personagens estão chegando bem pertinho do tão esperado final feliz. Mas na vida real as coisas não funcionam bem assim. Deixar o outro saber exatamente o que sentimos é algo que acontece aos pouquinhos, com risadas, atitudes, segredos e um conjunto de muitas outras palavras. Um pouquinho de mistério serve pra movimentar a paixão. 
Tente não fazer comparações. Nem com antigos relacionamentos e muito menos com experiências vividas por outras pessoas. Sei que na maioria das vezes elas só querem ajudar dando conselhos, mas cada um enxerga e se projeta no amor de um jeito diferente e são detalhes como esse que fazem surgir a química entre o casal. 
Não siga protocolos ou leve tudo tão a sério o tempo todo. Não existem regras e garantias no amor. Estamos todos correndo riscos quando nos apaixonamos por alguém. Sofrer por antecipação é jogar fora o melhor momento de qualquer namoro: o presente. Hoje em dia, dizer um “você me faz muito feliz!” baixinho no ouvido do outro é ainda melhor do que o velho “eu te amo!” gritado ou escrito por aí. Vai por mim.

Bruna Vieira

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