segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Qualquer dia eu te ligo .





Qualquer dia eu passo em frente à sua casa e resolvo tocar a campainha. Pra te dar aquele abraço que eu fiquei devendo quando tava magoada demais pra querer acabar numa boa. E te devolvo aquela camisa que eu deixei escondida em casa porque não queria perder tudo o que eu tinha de você. Mesmo que só tenha sobrado uma camisa e as minhas memórias.

Qualquer dia eu pergunto de você pros nossos amigos em comum sem medo de que eles me digam que você seguiu em frente. E sem querer saber se você sente a minha falta. Só querendo saber mesmo se você tá bem, se realizou seus sonhos, se resolveu abrir seu próprio negócio...essas perguntas que a gente faz por pura preocupação sincera mesmo. E não por dor de cotovelo.

Qualquer hora eu apareço num aniversário do seu irmão – ele ainda insiste em me chamar, mas sempre rola um medo enorme de como vai ser reencontrar você. Vai ver uma hora eu paro de imaginar como vai ser ficar cara a cara com você de novo e simplesmente vou.

Uma hora, eu respondo aquela sua mensagem. “Não me odeia”, você pediu. E no dia eu te odiei. Naquele tempo, eu não entendi o desamor. Não entendi o querer-ir-e-me-deixar. Não entendi que acaba pra um e pro outro não. Mas depois de tanto tempo?

Qualquer dia, eu te ligo. E te conto que foi difícil, acho que sempre é pro lado que ainda ama. Mas que a vida foi passando, dei umas cambaleadas, tive que cuidar de uns arranhões...mas vai tudo entrando nos eixos depois. E te falo que doeu, bastante, mas aconteceu como todo mundo dizia: qualquer hora, passa. Qualquer hora passou: o amor. Ficaram as lembranças, uma saudadezinha doída de vez em quando, as fotos e as memórias pra contar. Mas só.

Qualquer dia te ligo. E te aviso: “não te odeio mais....”. 

Karine Rosa . 

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