domingo, 29 de junho de 2014

Diz Pra Mim.



E mais uma vez você bateu a porta e saiu sem falar nada, grita comigo pelo menos.
Fala pra mim o quanto você odeia minha mania de colocar vírgulas aonde não existe pontuação, de querer te questionar, de querer duvidar de você.
Passa a mão pelo cabelo e cora de raiva, mas não me deixa aqui em silêncio.
Seu silêncio me destrói.
Acho que a única que tem dom pra caras e bocas na casa sou eu, um dia ainda te ensino e ai quem sabe eu vou saber o que você pensa, senhor fechado.
E você tenta tanto, se redimir pelos meus erros, enquanto eu me afogo na expressão facial e nas palavras oblíquas, você passa os dedos pelos meus cabelos e eu até sorrio mas disfarço, porque deixo o orgulho nos corroer, deixo o espaço frio entre nós geleira e é ai que você bate a porta, quando eu desvio o olhar.
Eu grito, me desfaço, me despedaço e você só me observa, observa com calma com cautela que é pra raiva que eu to de mim mesma não me machucar.
Eu me entrego a minha completa obsessão pela sua perfeição e me deixo levar demais.
Não vai não.
Porque quando a chuva molha seus cabelos eu to observando cada gota que cai, e eu quero gritar pra você voltar mais deixo a ferrugem do meu coração de ferro te deixar ir.
E se você não voltar?
E se o cheiro do seu travesseiro for a única coisa que me sobrar? Sabe, eu não aprendi a viver sem você não, mesmo depois de tanto te deixar ir eu me deito no sofá com sua camiseta pra te esperar voltar, porque eu sei que você sempre me pega no colo e me põe do seu lado de novo.
Talvez seu erro seja esse sabe? voltar.
Voltar pra me ouvir brigar, me ver descabelar e te deixar ir mais uma vez.
Eu quero que você fique.
Então não fecha a porta, eu prometo deixar a felicidade entrar se você voltar junto com ela.


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