Fez um TUM. Eu te vi e a respiração falhou. Prazer, sou o seu próximo erro. Você se apresentou. Um tanto menos perspicaz. Só um pouco mais ligeiro. Correu e abriu a porta, pra eu não ficar na chuva me molhando. Me ofereceu seu casaco. Que cheiro bom é esse? Bagunçou alguma coisa aqui. Eu não sou boa em arrumar. Deixa quieto. Deixa assim. Me deixou ganhar na queda de braço. Mas na tentativa de resistir ao pedido feito com manha pra eu ficar um pouco mais no seu abraço, fracassei descaradamente. Vem cá e me conta um segredo. Eu primeiro? Quero você. Aqui e agora. Vem que a gente decide o que fazer depois. Vem que o futuro a Deus pertence. E a gente merece ser mais feliz do que aparenta ser. A gente merece ser feliz de verdade. Não prometo que será pra vida inteira, nem ser a tal pessoa que você espera por pelo menos metade da sua. Mas o farei sentir todo o meu cuidado. Todo o meu apego. Quando a coisa fugir do controle, corre aqui, que aqui tem colo. Faz de mim, um lugar seguro pra ser quem se é. Vem cá e me abraça. Me reconta a história do cara que poderia ter sido qualquer coisa, mas preferiu ser quem me aperta forte contra o peito agora. Que foi camuflando, até chegar no ponto fraco. Um a dois. Você ganhou o jogo. Quem perde paga prenda. O que vai querer de mim ? – Seu sorriso, até o último dia da gente. Até a areia escorrer todinha. Até algum dia. No nosso final feliz. Final feliz é abobrinha. No final, vai doer. Sempre dói. Mas você recorre a uma dose de amor próprio e a vista desembaça. Corre pros braços de outra que a saudade passa. E a gente vai se esgueirando pelos cantos, quando vê já foi. Passou por mim e eu nem percebi ? Ironia. Você foi tudo um dia. A ordem é essa. – Não necessariamente. Sua posição me preocupa. Você não vê potencial nisso, vê ? –Talvez. A vida é uma caixinha de surpresas. Mas esse é você, me fazendo ser otimista, por uma rara vez na vida. A gente pode ser mais do que eu programei pra ser. A gente pode ser. A ordem é a gente que faz.
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