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Eu continuo aqui, naquele mesmo lugar de sempre tentando entender tudo o que aconteceu, na décima quinta tentativa de te escrever uma carta falando sobre como eu me sinto, como foram esses últimos meses para mim, como as coisas estão complicadas lá em casa, como tudo mudou.
Já se passou tanto tempo e as pessoas continuam perguntando sobre você, sobre a gente e é sempre a mesma história, eu sempre tenho que dar um sorrisinho no final e falar que está tudo bem, que só não era pra ser e ter que aguentar aqueles malditos olhares de piedade. Eu odeio aqueles olhares de piedade. Sabe, as pessoas querem tanto que você esqueça e siga em frente, que não conseguem ficar um só segundo sem fazer perguntas e dar suas opiniões que na maior parte do tempo nem são pedidas.
É, eu sei que eu sou a grande culpada, afinal, eu que quis partir mas você bem que poderia ter pedido para mim ficar, poderia ter dito que não importasse o que acontecesse a gente daria um jeito mas você não fez, você nunca fez nada. E se eu achava que tinha algum significado para você, a partir desse momento eu deixei de achar, deixei aquela mania de ficar justificando tudo e comecei a enxergar.
E então eu olho ao meu redor e estou naquele mesmo lugar de sempre te escrevendo a décima quinta carta, tentando justificar tudo o que aconteceu. Chega.
Eu não podia me permitir continuar essa caminhada levando comigo apenas metade de você e a partir desse momento eu levanto, deixo a carta e decido não mais te levar pela metade e sim te deixar por inteiro, naquele mesmo lugar de sempre.
E por que eu deixei a carta?
Porque agora ela tem outro remetente, outro destinatário.
Para: As pessoas que continuam naquele mesmo lugar de sempre. Você precisa saber o momento certo de rasgar a carta e ir embora.
-MA.
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